REVISTA ARK JOURNAL VOL 14

A revista Ark Journal Volume XIV foca-se numa mudança silenciosa, mas poderosa, que está a ocorrer na arquitetura e no design contemporâneo: uma nova geração de arquitetos e criativos, que não procura eliminar o passado, mas construir sobre ele. Com profundo respeito pela história inscrita nos edifícios e uma valorização sincera do artesanato e das tradições locais, estes criadores trabalham com as estruturas existentes em vez de lutar contra elas, priorizando a complexidade sobre a uniformidade e a continuidade sobre a rutura.

Na França rural, o estúdio Pollet Pinet Architectes dá nova vida a construções esquecidas, recuperando tradições vernáculas mediante o artesanato local e a inovação subtil. Também entramos no apartamento de Nata Janberidze em Tiflis, um poderoso cruzamento entre história, cultura e expressão pessoal. Em Nova Iorque, exploramos as casas da galerista Suzanne Demisch e do colecionador Jeffrey Graetsch, onde a passagem do tempo não se oculta e até é abraçada. Visitamos também a casa e os estúdios de Bosco Sodi no México, que encarnam a sinergia crua entre arquitetura e arte, e o loft nova-iorquino da artista e visionária da culinária Laila Gohar, onde criatividade, design e narrativa se entrelaçam.

Todos estes espaços refletem um outro tema central desta edição: a casa como ponto de convergência, onde o antigo e o novo - quer seja em termos materiais ou simbólicos, pessoais ou coletivos - dão forma à nossa identidade.

Como em cada número, a revista percorre o mundo para amplificar vozes criativas: um porta-joias em Tóquio, que brinca com a escala e a forma; uma artista singapurense em Bali, que transforma pedras ancestrais em mobiliário monumental; a filha do designer Tapio Wirkkala, que relembra os verões na remota Lapónia; um arquiteto japonês cujas obras narram histórias únicas com base no lugar e nos materiais; e a Hollyhock House de Frank Lloyd Wright em Los Angeles, uma fusão mitopoética que definiu o modernismo regional.

O Case Study deste número foi fotografado na nova sede da BIG em Copenhaga, um espaço de betão onde se reúnem objetos elaborados com materiais naturais crus e intransigentes, em sintonia com a tectónica e a estética do meio envolvente.